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GLP-1 não age sozinho: 8 prioridades nutricionais para potencializar os resultados



Os agonistas do receptor de GLP-1 (como semaglutida e tirzepatida) revolucionaram o tratamento da obesidade. Com perdas de peso de até 20%, é compreensível o entusiasmo de médicos e pacientes. Mas há um alerta importante: sem suporte nutricional e comportamental adequado, os benefícios tendem a ser parciais — e, muitas vezes, temporários.

Um novo posicionamento conjunto da American Society for Nutrition e da Obesity Society (link) lança luz sobre um problema real: a maioria dos pacientes que recebem GLP-1 não recebe acompanhamento nutricional adequado. E, com isso, perde-se uma janela de oportunidade crucial para transformar perda de peso em mudança duradoura de estilo de vida.


📉 O problema: resultado clínico sem sustentação comportamental

  • Muitos pacientes interpretam a supressão do apetite causada pelo GLP-1 como “não precisar se preocupar com o que comem”.

  • A ingestão calórica reduzida nem sempre significa alimentação saudável: pode haver perda de massa muscular e deficiência de nutrientes essenciais.

  • As diretrizes médicas recomendam integração de mudanças de estilo de vida, mas na prática, poucos serviços conseguem oferecer esse acompanhamento.


🍽️ O que os especialistas recomendam?

8 prioridades nutricionais para pacientes em uso de GLP-1:

  1. Garantir ingestão adequada de proteínas

    • Meta: ≥1,2 g/kg/dia

    • Evita perda de massa magra durante o emagrecimento acelerado.

  2. Preservar a massa muscular

    • Combinar ingestão de proteínas com exercícios resistidos.

    • Manter o metabolismo basal estável durante o tratamento.

  3. Prevenir deficiências nutricionais

    • Monitorar ferro, B12, vitamina D e cálcio.

    • Dietas restritas podem não cobrir micronutrientes essenciais.

  4. Evitar alimentos ultraprocessados

    • Mesmo com menos fome, o paciente pode recorrer a opções rápidas e pobres em nutrientes.

    • Priorizar alimentos minimamente processados.

  5. Promover saúde cardiometabólica

    • Dietas do tipo DASH ou Mediterrânea otimizam os efeitos do GLP-1.

    • Reforçam o controle glicêmico e lipídico.

  6. Planejar uma alimentação sustentável e realista

    • Evitar restrições extremas que não se sustentam no longo prazo.

    • Foco em hábitos que o paciente possa manter após o término do tratamento.

  7. Respeitar preferências culturais e individuais

    • Individualização aumenta a adesão e o engajamento.

    • O plano alimentar precisa fazer sentido para a vida do paciente.

  8. Reduzir estigma e risco de distúrbios alimentares

    • A abordagem nutricional deve promover autonomia e bem-estar.

    • Evitar discursos restritivos ou moralizantes sobre peso e comida.


🧠 O papel da equipe multiprofissional

Essa nova geração de medicamentos exige um novo protocolo de cuidado. A figura do nutricionista não é coadjuvante — é central. O acompanhamento contínuo com dados de adesão, composição corporal e padrão alimentar ajuda a:

  • Ajustar o tratamento de forma mais segura e eficaz;

  • Prevenir perda de massa muscular e rebote de peso;

  • Sustentar os resultados após o desmame do medicamento.


⚙️ Como a tecnologia pode ajudar?

Na EW2Health, desenvolvemos uma plataforma que apoia o trabalho clínico com base em três pilares:

  • PBA (Algoritmo Preditivo Comportamental) que analisa tendência de peso e adesão;

  • Monitoramento remoto com balanças inteligentes sem número e dashboards clínicos;

  • IA nutricional que ajuda a personalizar recomendações e acompanhar o progresso sem sobrecarregar o profissional.


✅ Conclusão

Prescrever GLP-1 é apenas o começo. O verdadeiro sucesso vem de um plano contínuo de cuidado que envolva nutrição, acompanhamento comportamental e adaptação ao longo do tempo.

Apoiar os pacientes a comerem melhor — e não apenas menos — é a chave para transformar uma perda de peso em um ganho de saúde.


 
 
 

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