Síndrome do Avestruz: Como Tornar o Monitoramento de Peso Mais Eficaz na Obesidade
- Renato Romani MD MBA
- 3 de set.
- 2 min de leitura

Na prática clínica, é comum vermos pacientes evitarem se pesar, mesmo sabendo da importância desse hábito no processo de perda de peso. Esse fenômeno tem nome: “Síndrome do Avestruz” (Ostrich Problem). Assim como o avestruz, que supostamente enterra a cabeça para “não ver o perigo”, muitos pacientes preferem não olhar para a balança quando acreditam que os resultados não serão positivos.
Esse comportamento tem bases sólidas na ciência do comportamento: quando os dados são percebidos como ameaçadores ou desmotivadores, o paciente tende a evitá-los, reduzindo o engajamento e aumentando as chances de desistência.
Por que isso é um problema na obesidade?
Mais de 80% dos pacientes com sobrepeso ou obesidade relatam estresse ao se pesar regularmente.
A interpretação errada de oscilações fisiológicas (ex.: +1kg por retenção hídrica) pode levar o paciente a acreditar que “fracassou”.
Esse ciclo de frustração alimenta a baixa adesão — hoje um dos maiores obstáculos na efetividade de programas de emagrecimento, inclusive os que envolvem GLP-1.
Como nossa tecnologia aborda a Síndrome do Avestruz
Na EW2Health, desenvolvemos soluções que reconhecem esse padrão de comportamento e criam um ambiente de monitoramento emocionalmente seguro.
1. Monitores sem visor (numberless scales)
O paciente sobe no dispositivo sem ver o número.
Elimina-se a ansiedade do valor isolado.
O dado é capturado de forma objetiva e consistente.
2. Foco no ritmo do peso, não no número
Nosso sistema identifica a onda de peso, interpretando tendências em vez de pontos diários.
Isso reduz a frustração com pequenas oscilações e aumenta a motivação para manter a rotina.
3. Previsões com base em comportamento real
O algoritmo de Predictive Behavioral Analytics (PBA) aprende o padrão individual de flutuação de cada paciente.
O sistema prevê tendências até 15 dias à frente, transformando a experiência de “olhar para trás” em uma visão prospectiva e construtiva.
4. Dashboards clínicos que facilitam a tomada de decisão
Para o profissional, o sistema entrega indicadores claros de adesão e velocidade de perda ponderal.
Isso permite intervir precocemente quando há sinais de desengajamento ou risco de recaída.
O impacto clínico
Ao abordar a Síndrome do Avestruz com ferramentas de behavior science, conseguimos:
Aumentar a adesão → pacientes monitoram-se mais vezes, de forma menos estressante.
Melhorar a eficácia do tratamento → estudos mostram até 2x mais resultados quando o monitoramento é frequente e emocionalmente seguro.
Reduzir custos e tempo de acompanhamento → o profissional foca nos pacientes que realmente precisam de intervenção, sem perder a visão geral da base.
Conclusão
A Síndrome do Avestruz não é apenas uma curiosidade psicológica: é uma barreira real para a adesão e a eficácia no tratamento da obesidade. Ao integrar conceitos de ciência comportamental com tecnologia preditiva, a EW2Health oferece aos profissionais de saúde uma forma prática de transformar a pesagem — de um momento de ansiedade para uma ferramenta clínica motivadora e eficiente.
👉 Quando o paciente deixa de fugir da balança, e passa a ver nela uma aliada, o tratamento se torna mais sustentável, preciso e humano.




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