O valor (e o preço) dos programas de emagrecimento no Brasil
- Renato Romani MD MBA
- 15 de set.
- 3 min de leitura

Estudo exclusivo da healthtech EW2Saúde revela quanto os brasileiros pagam por programas de emagrecimento — e o que realmente significa precificar.
Nos últimos anos, os programas de emagrecimento no Brasil deixaram de ser apenas uma consulta isolada com nutricionista para se transformarem em um mercado robusto, segmentado e cada vez mais sofisticado. E, como em todo setor em crescimento, a pergunta central é: quanto custa emagrecer?
A resposta não é simples — porque “preço não é apenas o número que você coloca no papel”. Ele depende de quem compra, do que é oferecido e, sobretudo, de como o serviço se posiciona no mercado.
A pesquisa exclusiva da EW2Saúde

Um estudo realizado por nós da EW2Saúde, mapeou as principais faixas de preço praticadas no Brasil e revelou um mercado altamente segmentado.
"As ofertas vão desde consultas a R$ 40 em plataformas populares como o Cartão de TODOS até programas médicos exclusivos que chegam a custar dezenas de milhares de reais — com casos extremos relatados de até R$ 150 mil por pacotes VIP, incluindo médicos renomados e cozinheiras particulares na casa do paciente. " revela o Dr. Renato Romani.
Entre esses extremos, o mercado se organiza em quatro arquétipos:
- Acessível / Inclusivo: consultas de R$ 150 a R$ 250 ou pacotes de 3 a 6 meses por R$ 500 a R$ 1.050.
- Competitivo / Justo: pacotes de R$ 700 a R$ 1.500 por mês, com protocolos reconhecidos e entregas mensuráveis.
- Premium / Exclusivo: programas de R$ 1.900 a R$ 10.000, podendo chegar a R$ 150 mil em casos personalizados.
- Flexível / Paciente no Centro: preços modulados conforme o perfil, com parcelamentos comuns (3x sem juros, descontos à vista) e planos ajustados de 3, 6 ou 12 meses.
O que é precificar de verdade
Quando falamos de precificação, não estamos falando apenas de matemática. Estamos falando de identidade de marca, percepção de valor e público-alvo.
Um exemplo fora da saúde ajuda a ilustrar: um microfone novo pode custar alguns milhares de reais. Mas o mesmo microfone usado por Freddie Mercury no Rock in Rio teria um valor quase incalculável. Não é o objeto, é a história e a percepção do valor.
Na saúde e bem-estar, acontece o mesmo. Um programa de emagrecimento pode custar R$ 500 ou R$ 5.000 — a diferença está em como o paciente percebe a transformação oferecida: conveniência, segurança, exclusividade, personalização ou inovação tecnológica.
O peso do bolso e o valor da saúde
O estudo da EW2Saúde também destacou um dado alarmante: o custo de manter uma dieta saudável no Brasil aumentou 32% entre 2017 e 2022, chegando a R$ 23,94 por dia. Isso significa que a população enfrenta uma dupla pressão: o preço mais alto dos alimentos saudáveis e o custo adicional de programas de acompanhamento.
Nesse contexto, muitas clínicas e profissionais adotaram soluções de parcelamento e programas flexíveis — permitindo democratizar o acesso e aumentar a adesão dos pacientes.
Tendências do setor
Duas tendências se destacam:
1. Produto-ização do serviço: em vez de consultas soltas, cada vez mais profissionais oferecem pacotes fechados com nome, duração e promessa clara de resultado.
2. Tecnologia como diferencial: aplicativos, monitores de peso inteligentes e plataformas digitais permitem escalabilidade e personalização — seja no modelo popular, seja no premium.
Conclusão
O mercado de emagrecimento no Brasil não é apenas um mercado de consultas médicas ou planos alimentares. É um espelho da transformação do consumidor brasileiro, que cada vez mais valoriza saúde, conveniência e experiência.
A precificação é, portanto, uma forma de posicionamento estratégico: ser inclusivo, justo, exclusivo ou flexível não depende apenas de quanto custa a consulta, mas de qual história de valor se conta para o paciente.
No fim, o preço de um programa de emagrecimento diz menos sobre calorias e dietas — e muito mais sobre como cada negócio se coloca no imaginário de quem busca mudar de vida.




Comentários